DERMATITE
Os carrapatos são aracnídeos
da ordem Acari, podendo causar dermatite, além de transmitir diversos
patógenos, como protozoários, bactérias, vírus e filarias. É importante
destacar que os carrapatos são os principais artrópodes vetores de doenças em
humanos. A dermatite ocorre por ação da espécie Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787), também
denominado carrapato estrela, e suas formas jovens denominadas micuins ou
larvas hexápodas. Quanto às espécies de importância parasitológica em humanos destacam-se:
Família Argasidae: carrapatos com as peças
bucais posicionadas ventralmente. Ornithodorus braziliensis (Aragão, 1923) é um
dos gêneros que atacam humanos, assim como O.
turicata (Dugès,
1876) que vive entre os morcegos mas que também acomete
humanos, causando prurido e feridas de difícil cicatrização.
Família Ixodidae: são os carrapatos verdadeiros, sendo as espécies prevalentes em humanos: Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806), Boophilus microplus (Cannestrini, 1887) também denominado carrapato de boi e Amblyomma cajennense, conhecido como carrapato estrela. (NEVES, 2009).
Família Ixodidae: são os carrapatos verdadeiros, sendo as espécies prevalentes em humanos: Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806), Boophilus microplus (Cannestrini, 1887) também denominado carrapato de boi e Amblyomma cajennense, conhecido como carrapato estrela. (NEVES, 2009).
ASPECTOS
MORFOLÓGICOS
Os carrapatos alimentam-se
de sangue de vertebrados. Quando estão pouco alimentados ou em jejum,
apresentam o corpo achatado dorsoventralmente. O contorno do corpo é oval ou
elíptico, com superfície dorsal um pouco convexa. Os segmentos do corpo,
fundidos em um único idiossomo (corpo), apresenta quelíceras e um conjunto de
peças bucais quitinizadas, chamado “capítulo”. No dorso há um escudo quitinoso,
sendo que no macho este escudo recobre todo o dorso, enquanto que na fêmea, é
menor e recobre metade do dorso ou até menos. (REY, 2010).
Os olhos dos carrapatos são simples, e quando presentes,
ficam situados nas margens do escudo ou na borda do corpo, bem separados um do
outro. Ventralmente apresenta uma abertura genital e outra anal, além de
escudos quitinosos, placas espiraculares e sulcos. Nos adultos, há quatro pares
de pernas, e em cada uma delas inserem-se duas garras e na base, há uma
expansão denominada “púlvilo”.
Os carrapatos alimentam-se
de sangue e líquido intersticial. Ocorre perda de água através de glândulas
coxais em Argasídeos e através de glândulas salivares, em Ixodídeos. Quanto à
reprodução, os carrapatos apresentam sexos separados. Macho e fêmea copulam
justapondo as suas superfícies ventrais. Com órgão copulador ausente, o macho
emprega seu hipostômio e quelíceras para dilatar o orifício genital da fêmea, e
então os espermatozoides penetram. Entre 5 a 10 dias, milhares de ovos são produzidos. Pode
ocorrer partenogênese. (REY, 2010).
TRANSMISSÃO
A transmissão ocorre quando, pela passagem do hospedeiro,
a larva hexápoda agarra na pele e inicia hematofagia.
CICLO
BIOLÓGICO E HABITAT
Após a cópula, a fêmea de carrapato, que irá morrer após
ovipor, se destaca do hospedeiro, e vai em busca de um ambiente adequado, no
solo. A oviposição inicia-se pouco tempo depois, e dura de 5 a 10 dias. Produz milhares de
ovos, de coloração castanha, tamanho pequeno e de formato esférico. Dependendo
das condições climáticas e de temperatura, a eclosão dos ovos demora até 60
dias, surgindo larvas com três pares de pernas cada uma (hexápodas). Essas
larvas escalam paredes, arbustos ou gramíneas, e aguardam pela passagem do
futuro hospedeiro, e conseguindo este feito, começam a alimentar-se, sugando
sangue. Continuam se alimentando e crescendo, sofrendo muda e transformando-se em ninfa. Neste estágio,
adquirem mais um par de pernas (octópoda), mas sem desenvolvimento ainda para
cópula. Caem no solo novamente para sofrerem mais uma muda e se transformarem
em carrapatos adultos, os quais irão em busca de um hospedeiro final e ali se
reproduzirem, refazendo o ciclo. (NEVES, 2009).
SINTOMAS
E PATOGENIA
As famílias Ixodidae e
Argasidae apresentam diversos gêneros causadores de parasitoses. Destacando as
afecções humanas, podemos considerar da família Argasidae o gênero Ornithodoros, conhecido como “carrapato
do chão”, que vive na terra de ranchos e casas primitivas, chiqueiros e outros
lugares ocupados por animais domésticos. Ao picar causa uma dor aguda, podendo
levar a graves lesões locais.
Da família Ixodidae, a
espécie conhecida como “carrapato de cavalo” e “carrapato estrela” parasita
animais domésticos e silvestres, e tem ampla frequência nos humanos,
especialmente os que vivem nos campos e cerrados. É o principal transmissor da
febre maculosa, cujo agente etiológico é a rickettsiose. É caracterizada por um
início súbito com febre moderada ou alta, durando de duas a três semanas. Pode
ocorrer cefaleia, mal-estar, dores musculares, delírio, insuficiência renal,
anóxia e necrose de tecidos. A espécie Rhipicephalus
sanguineus parasita principalmente cães, mas também outros mamíferos,
inclusive o homem. (REY, 2010).
Eritema crônico migratório –
doença de Lyme: é uma doença inflamatória transmitida por carrapatos Ixodes, que ao picar o hospedeiro, transmitem
a bactéria causadora da doença. O período de incubação varia de 3 dias há um
mês. Inicia-se com o surgimento de uma lesão cutânea, denominada eritema
crônico migratório, acompanhada de febre, fadiga, cefaleia, rigidez de nuca,
entre outros. Existem fases assintomáticas. Após algumas semanas, surgem
alterações neurológicas, como meningite e encefalite, além de alterações
cardíacas, dor nas articulações e artrites crônicas, com o passar dos anos.
(REY, 2010).
MEDIDAS
PREVENTIVAS (PROFILAXIA)
Combater os carrapatos, e no caso de exposição a estes, é necessária uma proteção com inseticidas de ação residual; tratar os animais parasitados, como rebanho de gados e animais domésticos, através da catação manual, para reduzir a proliferação e possível contaminação do ambiente por carrapatos; em contato com áreas de risco e de incidência de carrapatos, utilizar proteção individual, que inclui: botas, luvas, blusas de mangas compridas e repelentes. (REY, 2010).
Combater os carrapatos, e no caso de exposição a estes, é necessária uma proteção com inseticidas de ação residual; tratar os animais parasitados, como rebanho de gados e animais domésticos, através da catação manual, para reduzir a proliferação e possível contaminação do ambiente por carrapatos; em contato com áreas de risco e de incidência de carrapatos, utilizar proteção individual, que inclui: botas, luvas, blusas de mangas compridas e repelentes. (REY, 2010).
REFERÊNCIAS
NEVES, D. P. Parasitologia
Dinâmica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2009.
REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio
de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2010.