TRICURÍASE
Também denominada de Tricurose e Tricocefalose, a Tricuríase é causada pelo helminto nematoide Trichuris trichiura (Owen, 1835). Apresenta distribuição geográfica cosmopolita, de ocorrência paralela à de ascaridíase, pois o modo de transmissão é o mesmo, assim como a fertilidade do helminto e a resistência dos ovos postos pelas fêmeas. Esta infecção também está associada a hábitos de vida, higiene pessoal e condições sanitárias.
ASPECTOS MORFOLÓGICOS
O verme é também chamado de tricocéfalo, devido a sua
semelhança com um fio de cabelo na extremidade anterior do corpo ou ainda “verme
chicote”, pois a porção delgada anterior é mais longa e fina que a posterior,
assemelhando-se a um chicote Possui dimorfismo sexual, é branco e mede de 3 a 5 cm de comprimento, sendo que
a fêmea é um pouco maior que o macho. Na
região anterior está a boca, provida de um estilete e sem lábios, e um esôfago
longo e delgado. Na extremidade posterior, que é a mais grossa, estão o
intestino, o reto e os órgãos genitais. A fêmea possui um ovário e um útero,
seguido de oviduto e vagina. Já o macho possui testículo, canal deferente e um canal
ejaculador, que termina com espículo na curvatura ventral. (REY, 2010).
Aspectos morfológicos de Trichuris trichiura. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/tricuriase/
SENDO:
(A) Fêmea com extremidade superior reta;
(B) Macho com extremidade posterior recurvada;
(C) Ovo típico com dois tampões polares hialinos e uma massa de células;
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Fêmea de Trichuris trichiura. Fonte: http://fcfrp.usp.br/dactb/Parasitologia/Arquivos/Genero_Trichuris_arquivos/image018.jpg |
Macho de Trichuris trichiura. Fonte: http://fcfrp.usp.br/dactb/Parasitologia/Arquivos/Genero_Trichuris_arquivos/image020.jpg |
Os ovos possuem coloração marrom, com tamanho que varia de
Ovo de Trichuris trichiura (aumento de 40x). Fonte: http://www.parasitologiaclinica.ufsc.br/index.php/info/conteudo/fotografias/ovos-ttrichiura/ |
TRANSMISSÃO
Os ovos de T. trichiura são eliminados junto com a matéria fecal. Microscópicos, resistem longo período no meio externo, cerca de um ano, em locais úmidos e sombreados. Em temperatura de
CICLO
BIOLÓGICO E HABITAT
· Após ingestão dos ovos, a casca amolece
devido à ação dos sucos gástrico e pancreático e as larvas L3 são liberadas e vão
para o intestino delgado do hospedeiro;
· após dez dias, e passando pelos estádios L4 e
L5, as larvas migram do intestino delgado para o intestino grosso, fixam-se à
mucosa mantendo mergulhados a boca e o longo esôfago, deixando na luz
intestinal a parte posterior do corpo;
· passados 2 a 3 meses da ocorrência da infecção, e após a
cópula, as fêmeas eliminam entre 3 mil a 20 mil ovos diariamente. Aparecem ovos
nas fezes do hospedeiro, as quais podem contaminar o solo, reiniciando o ciclo
biológico.
(NEVES, 2009; REY,
2010).
SINTOMAS
E PATOGENIA
Grande parte das infecções são assintomáticas. Lesões traumáticas causadas pelos vermes são mínimas, podendo ocorrer resposta inflamatória na mucosa do intestino grosso, devido ao longo tempo de sobrevida dos vermes:
MEDIDAS
PREVENTIVAS (PROFILAXIA)
Lavar as mãos frequentemente, sempre que usar o banheiro;
lavar frutas e verduras cruas antes de consumi-las; combate aos vetores
(moscas, baratas); melhoria do saneamento básico, envolvendo tratamento de água
e esgoto; consumo de água tratada, filtrada ou fervida.
REFERÊNCIAS
LESCANO, S. A. V.; SANTO,
M. C. C. E.; GRYSCHEK, R. C. B. Tricuríase. In: AMATO NETO, V. A. et al. Parasitologia: uma abordagem clínica.
Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2008. cap.
36. p. 259-265.
NEVES, David Pereira. Parasitologia Dinâmica.
3. ed. São Paulo: Atheneu, 2009.
REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio
de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2010.
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