domingo, 26 de maio de 2013

HIMENOLEPÍASE

Apesar de ser uma doença cosmopolita, a Himenolepíase ocorre mais especificamente em regiões temperadas e subtropicais; no Brasil, prevalece na região sul. O agente etiológico, denominado Hymenolepis nana (Siebold, 1852), é conhecido popularmente como tênia anã, por ser o menor dos cestoides parasitas do homem. Esta parasitose predomina nas áreas urbanas, onde há aglomeração de pessoas em ambientes fechados tais como creches, escolas, orfanatos, presídios e asilos. A transmissão inter-humana está relacionada a hábitos de higiene inadequados.



 ASPECTOS MORFOLÓGICOS

Os vermes adultos apresentam corpo achatado e em forma de fita (características da classe Cestoidea), e variam de tamanho de acordo com a quantidade de parasitos no mesmo hospedeiro, podendo medir até 10 cm de comprimento quando há poucos indivíduos e em infecções intensas, não alcançam um centímetro de comprimento. Na porção anterior apresenta o escoléx, um órgão de fixação. No escólex há um rostro provido geralmente de uma fileira de acúleos. (REY, 2010).

Desprovidos de tubo digestivo e aparelho reprodutor desenvolvido, são hermafroditas e possuem de três a quatro testículos em cada uma das proglotes, além de aberturas genitais situadas todas de um mesmo lado do estróbilo. A região do colo chega a formar 200 proglotes. Nos anéis grávidos, o útero encontra-se cheio de ovos, que apresentam forma arredondada medindo de 40 a 50 µm de diâmetro; estes ovos possuem um embrião formado, que é uma oncosfera típica, com seus três pares de acúleos envolvidos por duas cascas, onde a casca interna forma duas saliências mamelonares, em polos opostos. (REY, 2010).



TRANSMISSÃO

A infecção por Hymenolepis nana ocorre ao ingerir os ovos, no período de até dez dias após sua eliminação no ambiente. Embora se considere que o homem é o único hospedeiro do parasito, pode ocorrer participação de hospedeiros intermediários, como larvas de artrópodes; desta forma, o ser humano pode acabar ingerindo acidentalmente estes insetos com alimentos. Mas de modo geral, ocorre transmissão por autoinfecção. (GRYSCHEK, 2008).


CICLO DE VIDA E HABITAT

·    Nas fezes dos parasitados há uma grande quantidade de ovos de H. nana;
·    o homem torna-se infectado pela ingestão de ovos;
·   ovos chegam ao duodeno, eclodem e ocorre libertação do embrião, que penetra na vilosidade intestinal;
·   após três dias a larva cisticercoide, com aproximadamente 500 µm de comprimento, desenvolve-se na parede do intestino delgado;
·   após dez dias, a larva cisticercoide rompe a vilosidade intestinal e vai para a luz intestinal, fixando-se à mucosa por meio do escólex;
·    em seu habitat definitivo, o verme cresce e começa a produzir proglotes, sendo que a duração do ciclo completo é de aproximadamente um mês; a sobrevida do H. nana é de até um ano. (REY, 2010).


SINTOMAS E PATOGENIA

A Himenolepíase é uma doença com prevalência em crianças, provavelmente associada à resistência à infecção, já que se observa a ação da imunidade corporal do indivíduo, que acaba impedindo a fixação da oncosfera à mucosa.  É assintomática na maioria dos casos, em infecções por pequeno número de parasitos. Pode ocorrer inflamação na mucosa se a infecção aumentar, com pequenas ulcerações. No sangue pode ocorrer eosinofilia. Em crianças, os quadros clínicos mais frequentes são: anorexia, dor abdominal, diarreia, prurido, irritabilidade, cefaleia, tonturas, entre outros. (GRYSCHEK, 2008; REY, 2010).


MEDIDAS PREVENTIVAS (PROFILAXIA)

·    Evitar permanecer por longos períodos em locais com aglomeração de pessoas;
·    fazer uso instalações higiênicas adequadas;
·    lavar as mãos e cortar as unhas com frequência;
·    higiene domiciliar e de alimentos consumidos crus;
·    manter uma alimentação saudável e nutritiva, para aumentar a imunidade corporal.
         
  


REFERÊNCIAS


GRYSCHEK, R. C. B. Himenolepíase. In: AMATO NETO, V. A. et al. Parasitologia: uma abordagem clínica. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2008.  cap. 30. p. 225-227.


REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2010.



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